Livro: Nuray

Livro: Nuray

Parte 1 – Um semáforo qualquer

O despertador acordou Nuray como todos os dias. Aliás, era um dia como outro qualquer, a rotina de sempre. Levantar, fazer café, se exercitar. Depois, um belo banho e trabalho. Naquele dia, os pensamentos não davam trégua. O casamento não ia bem (ela desconfiava que o marido a estava traindo), sua energia estava negativa, muitos problemas a resolver no trabalho, ou seja, seria um dia longo e cansativo.

Nuray tinha a certeza, e o espelho confirmava, que era uma mulher bela, de meia-idade, mas que não aparentava a idade que tinha, afinal nunca fora adepta a maquiagens, cremes e afins que ganhavam a rotina das mulheres na atualidade.

Ela escolheu a roupa com cuidado como sempre fazia, não era a melhor, mas alongava a silhueta de mulher sensual, com o corpo volumoso e todo bem distribuído por igual da cabeça aos pés, e assim realçava o cabelo longo, negro e lustroso, pois esta era sua única vaidade, os cabelos, que muitos admiravam e várias invejavam.

Nuray, pensativa, dirigia o seu SUV distraída. Havia colocado óculos escuros que evidenciavam seu rosto assimétrico. Um batom vermelho vivo para melhorar o astral. Algumas conhecidas diziam destacarem sua boca grande e carnuda. Sim, Nuray era uma mulher bela, pena que sua estima estava em baixa.

Ela, distraída, parou no semáforo vermelho e do nada escutou: bom dia, linda. Nuray se assustou, afinal estava só no carro e apenas olhou para o banco do passageiro para confirmar o que já sabia.

E do nada ela escutou: você é muito linda. Foi quando olhou para seu lado esquerdo e viu um carro parado, com o homem mais lindo que ela já havia que visto na vida, e com certeza um pouco mais novo que ela. Ela mirou o rapaz e ele perguntou se ela estava triste. Ela apenas respondeu que não, estava pensativa, estava indo para o trabalho e tinha muitos problemas a resolver.

E ele mais uma vez disse: você é linda demais. Nuray deu uma gargalhada, mas nem olhou para ele, pois casada, sempre respeitou o parceiro, mesmo que o casamento não estivesse a mil maravilhas.

O semáforo abriu e ela continuou seu trajeto, quando o sinal fechou novamente, ele parou ao lado e pediu o telefone, ela gargalhou ainda mais. Fazia tempo que não sorria tão espontaneamente. O sinal ficou verde e ele saiu na frente, achando que Nuray o seguiria, mas ela fez um trajeto diferente. A sua criação judaico-cristã não permitiria tal libertinagem.

Entretanto, naquele instante Nuray se sentiu a mais linda e desejada das mulheres. Sabia que nunca mais o veria, mas jamais esqueceria como ele a fez se sentir especial, como há muito não se sentia.

Os problemas no trabalho, naquele dia, foram facilmente resolvidos, o sorriso facilitou, até o momento que ela descobriu que Alev a estava traindo.

Continua – https://minezfo.wordpress.com/2021/07/30/a-traicao-parte-ii/

Senso comum

Detesto o senso comum. Gosto de coisas inovadoras, de pessoas inspiradoras.

Reconheço que o senso comum é a soma dos saberes do cotidiano e formado a partir de hábitos, crenças, preconceitos e tradições.

Mas cá para nós, existem tradições que acabam com a essência do ser humano, o reduz a nada, torna-o apenas mais um robô numa fila enorme, fazendo tudo igual todos os dias.

Prefiro pessoas, que com suas armas em punho, sejam elas a mais honestas e criteriosas, lutam por seus ideais, do que senhores que esperam ser servidos por seus vassalos.

Maria Inez Freitas de Oliveira – inez_quecivel_frases_sinceras

Inez… quecível – frases sinceras ∞∞ 🌠🎯 🦋